Educação inclusiva ainda é desafio na Paraíba

quarta-feira, 21 de março de 2018



Síndrome de Down, que afeta o desenvolvimento intelectual e provoca características físicas reconhecíveis, afeta uma a cada 700 crianças nascidas

Marina Dantas, 11 anos, faz dança, teatro e ainda gosta de cozinhar. Algumas vezes já surpreendeu os familiares ao fazer o próprio café-da-manhã. Ela tem Síndrome de Down e mostra que é possível fazer tudo que qualquer outra pessoa pode fazer dentro de suas limitações. 
Nesta quarta-feira (21), é lembrado o Dia Internacional da Síndrome de Down.
Com isso, revela uma autonomia conquistada com o incentivo da mãe, a fisioterapeuta Emília Dantas, de 37 anos, que luta para a superação de inúmeros desafios. Hoje, o maior desafio ainda é a inclusão na sociedade, principalmente na educação.

“A questão do papel social da pessoa com Síndrome de Down. O que essa pessoa tem para contribuir para a sociedade? É vê-los ocupando o mercado de trabalho. Tudo que a gente pensa para uma pessoa comum pensar para eles”, frisou a fisioterapeuta. A menina já sofreu situações preconceituosas e embora hoje seja menor ainda há muitas lutas a vencer. 


Na Paraíba, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 61.996 deficientes intelectuais, nos quais estão incluídos os portadores de SD.
O diagnóstico de que a primeira filha tinha Down só foi feito após o parto. “Não foi visto na ultrassom. Realmente foi um choque. Eu não estava preparada. Na época eu só tinha 26 anos”, comentou, destacando que na época tinha experiência em atender crianças com a síndrome, mas ainda tinha poucas informações dos cuidados.
“Eu transformei a minha casa em uma clínica de fisioterapia porque cada vez que eu estimulasse sabia que ela iria se desenvolver mais”, frisou. No entanto, a mãe de Marina buscou alternativas médicas. Foi até São Paulo onde conseguiu conversar com um especialista em SD, o médico Zan Mustacchi, que até hoje ainda acompanha a adolescente.

A inserção na escola regular foi uma situação que gerou preconceitos em algumas fases da vida. Sua primeira matrícula foi aos 10 meses de idade. No começo, houve um apoio de profissionais da educação que ‘vestiram a camisa’ da inclusão. Porém, para a mãe de Marina a educação ainda tem falhas no que se diz respeito à pessoa com deficiência.
Hoje a menina já é uma pré-adolescente e a mãe tem uma nova visão sobre a educação da filha. Por algum tempo, a filha de Emília dividia a educação entre a regular e a inclusiva. Este ano, a opção foi deixá-la apenas na inclusiva, a Novo Olhar, que funciona no Bairro dos Estados, em João Pessoa. O local oferta inúmeras atividades para desenvolver os talentos de cada um, já que o ensino regular ainda sofre com muitas lacunas.


“Hoje eu prezo pela felicidade dela. Ela já sabe ler, escrever e já conquistei muitas coisas que não imaginaria conquistar. O que faz ela feliz? Ela ama dança. Eu estou investindo muito em dança, teatro porque ela tem essa desenvoltura. Ela faz aula de hip-hop, fit dance, dança folclórica, teatro. Eu estou apostando nisso e não estou deixando de trabalhar aquilo que ela sabe, o que ela tem de Matemática, Português e trazendo de acordo com o currículo dela. O livro de Matemática dela é de primeiro ano e o de Português do segundo e eu posso fazer isso e em uma escola regular eu não posso fazer isso”, afirmou.

“É difícil você fazer uma inclusão nos modelos tradicionais de organização de ensino escolar. Esses modelos tradicionais são muito difíceis de fazer uma inclusão verdadeira porque as transformações na escola têm que ser drásticas, radicais. Eu acho as escolas ainda não estão prontas. A visão ainda é competitividade, Enem e eu querer um Enem para a minha filha é uma crueldade. Ela não tem um pensamento abstrato. Apenas 1% das crianças com Síndrome de Down compreende aquilo que lê. Isso não eu que estou dizendo, são os livros de Medicina”, disse.
Escola inclusiva para a pessoa com deficiência
A Síndrome de Down, que afeta o desenvolvimento intelectual e provoca características físicas facilmente reconhecíveis, afeta a realidade de uma a cada 700 crianças nascidas, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde. Levar educação com métodos adequados para essas pessoas é um desafio que precisa ser vencido.
A escola que Marina Dantas estuda é a Novo Olhar, que funciona no Bairro dos Estados. A diretora é a professora, psicopedagoga e psicóloga Ana Sofia de Alencar Maia, de 60 anos, que trabalha há 45 anos com a inclusão da pessoa com deficiência.
Na unidade de ensino criada em 1999 atende crianças e adolescentes com deficiência intelectual e cognitiva (autistas, Síndrome de Down, entre outras). No começo não havia muitas pessoas com deficiência, mas com o passar dos anos se necessitou ter um ‘novo olhar’ para aqueles que têm alguma deficiência.
“Quando a gente quer, a gente vence qualquer barreira. E os nossos alunos têm condições para isso. Sabem cantar, dançar, apresentar, ler e escrever e são cidadãos comuns”, revelou.


Nessa unidade de ensino, além de serem alfabetizados, os alunos ainda participam de diversas atividades como teatro, arte terapia, computação, natação, entre outras. Este ano, um dos projetos é publicar junto com a escritora Socorro Barbosa, que tem um trabalho com os estudantes, um livro contando as histórias.
“Os desafios são gigantes são imensos. Nós encontramos muitas barreiras, inclusive com as próprias escolas que trabalham com pessoas com deficiência, com as próprias associações. Nós temos uma associação também. Ao invés de integrar, elas se separam, gerando um preconceito. A gente precisa se unir”, afirmou.
“O preconceito no Brasil é grande não só com a pessoa com deficiência, mas com gordo, magro, feio, bonito, que eles acham que são. Os conceitos estão aí e as pessoas continuam investindo nisso. A gente vê o preconceito nas escolas de todo tipo, grande ou pequeno”, disse.
Funad realiza atividade
Segundo Jaína Soraya de Medeiros, coordenadora do Setor Intelectual da Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad), os direitos da pessoa com Síndrome de Down são os mesmos da pessoa com deficiência que é inclusão nas escolas regulares, com direito a carteirinha, acesso ao transporte. A Funad atende a 180 pessoas.
e a pessoa com down tiver algum transtorno associado tem direito a um cuidador. Hoje, na sede da Funad tem um seminário a partir das 8h, no auditório para discutir Síndrome de Down e a comunidade.
Síndrome de Down
A síndrome é uma condição genética caracterizada pela presença de um cromossomo a mais nas células do indivíduo. Isso ocorre geralmente durante a divisão celular do embrião, e sua causa até hoje é desconhecida. A síndrome é basicamente um atraso global do desenvolvimento motor e mental. Se bem estimulada, a criança com Síndrome de Down pode alcançar bons níveis de coordenação motora, fala, escrita e desenvolvimento social.
Entre as características estão hipotonia muscular (condição na qual o tônus muscular está anormalmente baixo, geralmente envolvendo redução da força muscular), língua protusa, prega palmar única e olho amendoado com prega epicântica (prega de pele da pálpebra superior, do nariz até ao lado interior da sobrancelha, cobrindo o canto interior do olho).

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